Andar pela rua me era tão fascinante como imaginar cenas de livros.. Já perdi as contas de quantas vezes me pegava observando as pessoas fazerem suas atividades - e quantas vezes perdi a parada. - me deixava abismada saber que muitas pessoas ali seguiam apenas uma agenda completamente marcada,com horários certos,saídas certas, nada de diferente, tudo sempre igual. Na verdade não eram pessoas, e sim máquinas,que comiam e bebiam, mas não viviam. Os olhos de todos me pareciam igual, a mesma expressão de cansaço e morbidez, pareciam fracos e sem nenhuma força para viver. Estavam ali, mas em outro lugar.
Desci mais uma vez do ônibus que pegava todas as minhas manhãs, segurei a bolsa junto ao coração, ele ainda andava apertado dos últimos dias, parecia não querer curar.Mas o empurrão da vida me fazia segurar algumas horas por dia tudo que se passava nele,desde a vontade de gritar a vontade de sair vivendo descontroladamente. Sinceramente precisava de férias, daquelas que você desaparece no mínimo uns 15 dias e quando volta, vem com aquele sorriso faceiro e a sede de viver. Precisava olhar o mundo sem aqueles olhos morbidos que eu via diariamente, precisava encontrar corações,almas, principalmente pessoas com almas e não vê-las vagando por aí no olhar das pessoas. Estava insaciável de querer amar, de ser amada, ser protegida, de poder gritar pro mundo o quanto a vida poderia ser bela. Mas eu andava gritando internamente, eu e meu imenso vazio mais que acostumado a não ver graça em ninguém, ou até mesmo não ver graça em nada.. Estava me habituando a ser só mais um olhar perdido dentro da multidão - E não queria ser! - mas além de ser empurrada a viver, era empurrada a ser mais fria,mais solitária e cautelosa.. esperando alguém com a minha mesma curiosidade de viver,simplismente aparecer.
'Eu ando pelo mundo prestanto atenção em cores que eu não sei o nome.'
ResponderExcluirLembrou-me demais Esquadros. Adorei, sinceramente!